quinta-feira, 5 de maio de 2011

Avisem Seus Irmãos Mais Novos, Demitam Seus Analistas!

E eu que não sabia que o blogger rastreava o número de visitas? Bom, já tivemos 147 visitas! O post mais visitado foi o "São Paulo Vista de Outro Modo". Que legal! Outro dado curioso é que alguém acessou o meu blog a partir de Hong Kong. Do you wanna express yourself, little friend from Hong Kong? Mais um dado curioso é que recebi 7 visitas a partir de um site para webmasters chamado "Pingy", que sugere blogs para os webmasters lerem enquanto aguardam, sabe se lá o que (gente, desculpa a ignorância, mas WTF faz um webmaster?).



Ontem falei de amizade, hoje quero falar de amor. Mas nada que se diga "nossa, exaurirei o tema". Não, é só uma informação interessante mesmo.

Alguém já ouviu o termo "limerância", ou o termo original inglês "limerence"? Não né? Eu também não tinha ouvido. Até que em dado momento fiquei loucamente apaixonado e, rato de pesquisa na internet que sou (se Google é pai, Wikipedia é mãe), resolvi procurar pela explicação lógica ou pelo menos científica do que estava sentindo.

É galera, e ela existe! É essa tal de limerância. De acordo com o Wikipedia, "[l]imerence (ou limerância) é um estado cognitivo e emocional involuntário, no qual uma pessoa sente um intenso desejo romântico para com outra pessoa (limerent object). O termo foi cunhado em 1977 pela psicóloga norte-americana Dorothy Tennov".

Sabe quando você acha que só você é capaz de sentir aquela "ferida que dói, e não se sente", aquele "contentamento descontente" e aquela "dor que desatina sem doer"? Então sinto informar que o seu "limerent object" (nunca mais falar em paquera, pretê, mina, gato, tchutchuca ou tigrão. É tudo "limerent object", ou melhor "LO") não tem nada de especial, e que o que você está sentindo é um padrão psicológico determinado à exaustão desde a década de 70.

Mais wikipedia para nós:

"O termo seria o equivalente na linguagem cotidiana ao "ter uma queda por alguém", embora Limerence possa durar meses, anos, ou até mesmo pelo resto da vida.
Usado para diferenciar do sentimento de amor. Sua definição é semelhante a de paixão.
Pode variar de intensa alegria ou desespero extremo, dependendo da reciprocidade do objeto de Limerence (limerent object). Seus traços chaves [são] o pensamento obsessivo sobre o objeto de limerence, a avaliação bastante positiva de seus atributos, dependência emocional e desejo por reciprocidade".
E aí, parece familiar? No mínimo, no mínimo você já sentiu isso aos 15 anos, se não está sentindo até hoje.
Existem alguns componentes básicos da limerância. Traduzirei livremente e condensadamente do Wikipedia:
Pensamento intrusivo e fantasia:
No auge da limerância, pensamentos sobre o "limerent object" ("LO")  são, ao mesmo tempo, persistentes, involuntários e intrusivos. De fato, limerância é acima de tudo uma condição de obsessão cognitiva. Todos eventos, associações, estímulos e experiências trazem à tona pensamentos sobre o LO de maneira irritantemente consistente, enquanto, em oposição, os pensamentos constantes sobre o LO definem todas suas outras experiências: Se um certo pensamento não tem conexão prévia com o LO, uma é feita imediatamente. A fantasia limerente é insatisfatória a não ser que baseada na realidade, já que quem fantasia quererá que a fantasia pareça realista e de alguma forma possível.
Medo de rejeição:
Junto da ênfase nas qualidades positivas percebidas no LO, e da preocupação pela esperança de os sentimentos serem recíprocos, existe um medo de que a limerência seja respondida pelo exato oposto da reciprocidade, a rejeição.  Dúvidas pessoas e incertezas serão sentidas, levando a uma "incapacidade pessoal expressada através de uma desconcertante timidez na presença do LO".
Esperança:
A limerância se desenvolve e se sustenta quando existe um certo balanço entre esperança e incerteza. A base da esperança limerente não está na realidade objetiva, mas na realidade como ela é percebida. Há uma inclinação a vasculhar nuances discursivas e sutilezas comportamentais em busca de evidência da esperança limerente. "Amantes, é claro, são, notoriamente, epistemologistas ensandecidos, precedidos somente pelos paranóicos (e seus analistas...) como leitores de sinais e maravilhas" (o engraçadinho autor disso é um tal de Adam Phillips. Pesquisarei e conto mais depois haha).
Coisinhas bobas são percebidas e analisadas exaustivamente em busca de significado. No entanto, tal preocupação sobre as amenidades pode não ser totalmente infundada, segundo o Wikipedia.  Aparentemente, a linguagem corporal pode sim indicar uma reciprocidade de sentimentos.  Sobre isso, a minha dica é: ignore. Seja quem for, se você tá doidão por um LO, você não está em condição de fazer leitura corporal.
Por  fim, tudo que o LO disse e fez é vivamente memorizado. Significadoss alternativos para tais comportamentos são buscados. Cada palavra e gesto é analisável, em especial aqueles favoráveis a uma evidência de "reciprocidade de sentimento".

Daí você pára e pensa (e se liga na responsa) e diz: "esse Blog é uma merda e isso é tudo baboseira. Só eu sei os motivos pelos quais eu me apaixonei por aquela pessoa em específico". Errado. Isso também já foi determinado.

De acordo com o Wikipedia (mais uma tradução livre e condensada), tudo se dá quando percepções errôneas encontram-se com adversidades num contexto romântico:

Primeira ocorrência: O envolvimento se desenvolve se obstáculos são externamente impostos  (acho que Romeu e Julieta eram limerentes recíprocos) ou quando os sentimentos do LO são interpretáveis dubiamente. Só não funciona se o suposto LO for zero atraente.

Segunda ocorrência: Dúvida sobre a natureza dos sentimentos do LO aumenta até o ponto de você não poder mais tirá-la da cabeça. Para continuar subsistindo, a limerância tem de ter alguma forma genuína de romance rolando.

Terceira ocorrência: Cristalização. O pensamento intrusivo nasce, e você passa por esse período alegre onde você admira as mil qualidades positivas do LO. Se aumentarem a incerteza e a esperança, sua limerância estará crescendo e fortalecendo conforme esperado.

Quarta ocorrência: Qualquer micro evidência de reciprocidade do LO causa euforia. Você passa horas pensando em como o LO é atraente e em quais qualidades suas podem ter despertando seu interesse.

Quinta ocorrência: Nada é mais legal do que fantasiar sobre o LO, a não ser fazer coisas que te ajudem a conseguir a reciprocidade do LO.

É isso galera! Está desesperado? Fica sussa! De acordo com a Sra. Tennov, do momento em que a limerância começa até você atingir a total neutralidade quanto ao seu LO demora três anos. Ufa né? Hahahahaha. Os casos extremos são "poucas semanas" e "muitas décadas". Quanto a mim, fiquem sussegados, estou neutro há meses! Espero que isso ajude vocês a sentirem-se menos especiais e lidarem que todo mundo na vida tem uma paixonite descabida e que ela tem solução (se você não sacou ainda, é só cortar o "medo de rejeição" e a "esperança". Fácil que nem achar o Osama!)

2 comentários:

  1. carta capital e bravo perdidas pelo chao do meu quarto e eu aqui...sat morning read "as big as the ritz"...morning 2 da tarde jah..

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  2. É Guio, (sua prima me revelou esse apelido carinhoso outro dia hahaha), O "As Big" é muito mais entretenimento que Bravo e Carta Capital hahaha

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